Arietti e o Mundo dos Pequeninos

Olha que lindo o quarto da Arietti. Crédito da foto: Não Pule da Janela

Hello.

Vou ser sincera com vocês: eu tenho uma preguiça mortal de assistir coisas. Eu tenho os meus filmes e séries do coração, claro, mas enrolo demais pra ver vídeos, tanto que o Youtube é a rede social onde passo menos tempo, e esse post tá saindo só agora #sorry. Mas o Geek Nelas, um grupo pra garotas nerds/geeks/alts no face, propôs um blogagem onde a gente escolhesse um filme do Studio Ghibli e falasse dele no blog, e depois de fazer uma pequena lista me decidi por O Mundo dos Pequeninos (Kari-gurashi no Arietti no original).

É um filme delicado de uma hora e meia que fala sobre a vida de Arietti e de seus pais, criaturas pequeninas parecidas com humanos que moram debaixo da casa de uma senhora idosa que sabe de sua existência, mas nunca as viu. No momento atual, Arietti, que tem 14 anos, vai sair de madrugada com o pai para sua primeira coleta, que é como eles chamam o serviço de ir até as dispensas dos humanos e pegar coisas que precisam. A mãe de Arietti havia pedido que eles trouxessem um cubinho de açúcar, mas a garota o perde por acidente.

No mesmo dia, Sho, o neto doente da dona da casa, chega pra passar uns tempos até uma cirurgia e por acaso avista Arietti no jardim. Ele encontra o cubo de açúcar e o deixa num lugar estratégico pra Arietti voltar e pegá-lo, mas antes que você pergunte, ele é só curioso e sozinho, não quer fazer mal pra ninguém, tanto que depois de alguma hesitação, o garoto e pequenina fazem amizade. O problema é que a empregada da casa, a Sra. Haru, não curte muito a ideia de ter pessoinhas morando debaixo do assoalho e pegando açúcar emprestado, então dá um jeito de sequestrar a mãe de Arietti e chamar o controle de pragas. Medo.

Foi meio que impossível não me identificar com a Arietti em alguns momentos: uma criatura pequena num mundo que parece grande demais pra ela, mas não assustador a ponto de mantê-la trancada em casa. Em vez disso, ela tem a necessidade de explorá-lo, e não se contenta com a obrigação de viver se escondendo. Dá pra traçar um bom paralelo com o nosso mundo: a gente tem tanta coisa pra ver e aprender que é mesmo uma pena que circunstâncias desagradáveis limitem nossa experiência.

Talvez o desfecho não tenha consertado todas as coisas como imaginei que aconteceria, mas essa não é a primeira vez que percebo isso nos filmes do estúdio, o que não quer dizer que não valha a pena assistir, porque vale e muito. Pode ser que seja assim com O Mundo dos Pequeninos por ser um filme que fale mais sobre se adaptar às circunstâncias, não se desesperar por conta de coisas que fogem ao seu controle e estar aberto a novas possiblidades. Não é tanto sobre mudar o mundo à sua volta, mas aprender a viver nele do melhor modo possível.

O filme não tem muitas reviravoltas, e o final parece deixar algumas coisas em aberto, o que eu entendo como proposital. Não acabou como eu esperava, mas pra quem gosta de fins simples e pacíficos, é bem satisfatório. Também, a trilha sonora é muito fofa e os personagens são bem construídos: Arietti fica muito natural como a garota curiosa e aventureira, a mãe dela com toda a sua preocupação com o futuro e a segurança da família e o pai, um tipo mais introspectivo com uma força interior que eu gostei bastante, Sho como o garoto doce e bem intencionado e até a Sra. Haru, com um tipo de ganância bem caricata mas que não deixa de ser irritante às vezes. Ah, e tem o Spiller, um pequenino que vive sozinho no bosque e é um tipo de guerreiro, com uma aparição bem repentina e precisa, mas vocês vão ter que assistir pra entender,  porque eu não vou passar spoiler.

Mas espero que tenham gostado de ler sobre O Mundo dos Pequeninos e se assistirem, me contem o que acharam!

Um beijo,

Wolffs


Comentários

  1. Posso dizer que achei fofo? Eu até hoje não assisti a nenhum filme do estúdio Ghibli (só vejo o pessoal falando do quão interessante são), no entanto fiquei curiosa. Parece ser bem diferente, mas sou como você: tenho certa falta de paciência em assistir filmes e séries em geral. Na maioria das vezes demoro eras e mais eras para assistir um filme que acabou de sair ou até mesmo um seriado. Só não acontece com livros u.u
    Vai entender!

    Até mais! O/

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    1. Pode sim!!! Todos os filmes do estúdio tem essa característica, mas com algum drama real como pano de fundo. Esse, por ex, traz questões ligadas ao meio ambiente, embora eu não tenha mencionado isso na resenha, mas de todos da lista que fiz, era o que tinha a história mais "leve" pra digerir e fazer uma resenha rápida hahahhaha Mas então, entendo perfeitamente essa impaciência pra ver vídeo, aí enrolo até onde dá, agora ler livro é bem mais confortável e nem sei dizer pq hahaahaha
      Um beijo!

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  2. Aaa que amorzinho, eu quero ver esse. Sou pequena tbm a identificação fica mais fácil ainda, hsuahsuas. Todos os que assisti até agora tem uma trilha sonora maravilhosa, personagens fortes e carismáticos e as protagonistas femininas e maravilindas né? Achei bem fofinha a sua escolha! <3

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    1. Mulher, vê sim porque esse filme é tão amorzinho quanto parece! Eu também me identifiquei na questão do tamanho pq só tenho 1,63 kkkkkkk As trilhas sonoras do Studio são muito bem feitas, e as de todos os filmes que vi são emocionantes! E sim, as personagens femininas bem elaboradas são um ponto forte no trabalho deles!
      Um beijo!

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  3. QUE COISA MAIS FOFAAAA! Com certeza vai ser o próximo que vou assistir. Ainda não vi todos da Studio, mas sempre que eu paro pra ver maratono hehe

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    1. SIIIMMM esse filme é muito fofo e inspirador, e recomendo bastante! Me conta depois o que vc achar se assistir ;)
      Um beijo!

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  4. Awnnn... Adoro esse filme! Tenho em DVD e meus filhos adoram também. Teu post ficou muito legal. Sempre me sinto um pouco frustrada com o final... Pô o que era aquela cozinha que a mãe da Arietti "ganhou", né? Tadinha...
    Uma primeira impressão que tive, quando Sho e Arietti se encontram no quarto, era que ele parecia cego, não olhava diretamente pra ela. Percebeu algo assim?
    Adorei teu post.

    Um beijo.

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    1. Esse filme é a cosia mais fofa, né, Taís? Se eu tivesse filhos, também assistiria com eles! O final me frustrou bastante também, pq estive esperando mais, mas acredito que tenha sido a intenção dos produtores que a história não tivesse uma conclusão tão grandiosa.
      Engraçado que agora que tu falou, me peguei imaginando o mesmo! hahahaha O Sho parecia mesmo ser cego, e no começo confesso que achei difícil me acostumar com a voz cansada dele! hahahahaha
      Mas que bom que tu gostou do post! Sério, obg mesmo ^^
      Um beijo!

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